Selva de Pedra

Ruas pós ruas. Prédios e mais prédios. Correria. Fluxo. Várias vidas seguem sozinhas, passageiras em direção aos seus próprios caminhos. O cinza assusta, ou o cinza talvez não fale nada. O silencio ensurdecedor do cinza resguarda a verdade por de trás das construções: “COR!!” – os prédios gritam. “ARTE!!” – os muros clamam. “Me tragam vida!!” – a cidade suplica. Os sensíveis e corajosos artistas se jogam na selva de pedra para atender ao clamor dela. Enfrentando riscos e desafios, eles vão preenchendo e iluminando a cidade. Ela se completa, ela faz mais sentido, ela se encontra quando do encontro com a Arte. Faz a comum rotina se tornar extraordinária. Sempre há algo a descobrir, sempre a um novo lugar a pintar. E, por mais adormecida que a população esteja em seus próprios eus, ela ainda assim agradece. Porquê a multidão sempre sente, não tem para onde fugir, e, neste caminhar as pessoas se transformam. As pessoas não sabiam, mas, a cidade, a rua sempre soube: não há lugar no mundo que, tocado pela arte, não se transforme em mágico.

(Texto escrito para a Revista de Arte Urbana Camarão Street – RN/Brasil. 2019 https://www.instagram.com/camaraostreet )

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