A vida. Uma vibração pulsante que rasga a imensidão de um vazio latente. Existir não é tão somente estar aqui, mas ter a consciência que, de fato, se está. Diante de infinitas possibilidades, cada existência é uma experiência subjetiva e única. É sentir, interpretar e agir perante o mundo e as pessoas. É compreender a liberdade e responsabilidade no poder de cada escolha. É observar com um olhar mais atento e profundo, permitindo-se viver em sua inteireza, falhando, aprendendo e se divertindo pelo caminho.
É nessa trilha que o pulso cria seu compasso de movimento e energia, até que um dia ele vibra em sua última batida. A existência é passageira. A morte, inescapável. Dói para engolir, não se digere. Desassossega corpo, mente e espírito. Movimenta os pensamentos, as energias, ações e emoções. Sentir verdadeiramente a fragilidade do estar vivo e a inevitável chegada da morte guia a uma outra perspectiva sobre tudo. É em saber do fim que se vê o porquê. O que te faz pulsar?
Nos ciclos diários de morte e renascimento, vamos entendendo que a morte física é apenas a última das tantas que experimentamos. Morrer é deixar ir, deixar de ser, trocar as vestes, mudar e envelhecer. E o tempo todo e em todo lugar, tudo está mudando. Isso é Impermanência, a natureza transitória e mutável de tudo que existe, condição inexorável da jornada da existência. É o que nos permite experimentar diversas versões de nós mesmos, sabendo que a cada nascimento, uma morte, e a cada morte, um novo nascimento.
E no meio disso tudo, a angústia toma conta. Nos sentimos vazios e não pertencentes, com medo, confusos, inseguros e tristes. Somos tomados pela dor, pelas perdas e por tudo aquilo que não conseguimos compreender. Como atravessar a vida sem nos partirmos ao meio?
É na caminhada que sentimos, pensamos, criamos, vivemos, amamos, ouvimos, compartilhamos, crescemos, sorrimos, choramos, saudamos, brincamos, perdemos, ganhamos, conhecemos, e despertamos. Mergulhando em nós mesmos, desvelamos e reconhecemos a potência interior, expressamos nossas verdades, nos tornamos mais autênticos e aprendemos a olhar a vida com mais entusiasmo.
Esta exposição é um convite à contemplação, ao olhar atento, navegando em si mesmo e no universo, meditando, imaginando e se conectando profundamente à verdade interior, permitindo-se explorar e acolher também os incômodos, dores e tudo aquilo que negamos. É observar a beleza que atravessa a efemeridade da existência. Um belo que não é apenas feliz, mas que é sentido e experimentado profunda e verdadeiramente.
As pinturas apresentadas nesta exposição são reflexo das inquietações e sentimentos provocados no artista diante da sua experiência de existir no mundo, do seu processo terapêutico e de suas reflexões oriundas da filosofia, budismo, yoga e psicologia. Mergulhe em um espaço onde a arte nos convida a explorar as profundezas de nossa alma. Permita se envolver por essa jornada transformadora e descubra novas camadas de sua própria essência.